É tão bom ter tempo para andar por aí sem destino ou horas de chegar, percorrer um caminho que não conhecemos à espera que em cada curva sejamos surpreendidos, ou pura e simplesmente parar neste sítio e deixar que esta imagem nos leve a outros sítios e outros tempos.
fachada
bola de pano
Uma pausa no trabalho...
O momento da pausa desta crioula "atirou-me" para uma descrição que a escritora Isabel Barreno faz no livro "O Senhor das Ilhas", história passada no Sal ( Cabo Verde), e que explica um pouco, entre outras razões, o porquê de uma miscigenação tão natural neste arquipélago, então província portuguesa. As ilhas, no meio do mar e sem grandes defesas às intempéries e aos ataques de piratas, que na altura eram frequentes, os patrões e os criados escravos fugiam lado a lado, sem saber quem lavava nos braços o filho de quem. O amor nasce de muitas formas e por várias razões, seja qual for a história desta menina, concluo que boas coisas resultam de momentos difíceis e decisivos de um povo ou simplesmente de pessoas.
Desenhos ao sol
Sítio no topo do mundo
A crioula e o grogue
Para além das migas....
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Para além das migas, sopas de cação, queijos de ervas das margens de ribeiras, a calçada lavada e imaculada, o Alentejo surpreende-nos sempre. O branco caiado, as linhas dos portais e janelas, as formas curvas e despreocupadas desta rua, parecem fazer parte de um itinerário que obriga o visitante da lindíssima vila de Monsaraz a parar..., respirar...observar...deliciar-se e só depois subir ao Castelo e ver o horizonte até perder de vista (agora com uma barragem a sério, que se estende até à fronteira e que está dia a dia a misturar-se com a paisagem que lá existia há séculos)
Direito por linhas tortas
As linhas algo desencontradas e as cores utilizadas, resultado sem dúvida, de um trabalho árduo de melhoramento por parte do proprietário desta casa, revelam no final algum sentido do equilíbrio. Muitas vezes na vida cruzei-me com esta frase "direito por linhas tortas". Quem não escolheu já um caminho tortuoso para chegar a qualquer lado que idealizou, mesmo pagando o preço em "quilómetros"? No final, o equilíbrio mesmo que precário, justifica-o!
O prazer de fotografar
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Obs: isto é só uma confissão que achei engraçado partilhar. A minha primeira ferramenta de aprendiz de fotógrafo, foi perceber e depois começar a utilizar a informação que vinha nos rolos de película - 5 ou 6 imagens do Sol, Neve, Meio Sombra, Sombra, Escuro, juntamente com a informação da abertura (diafragma) que se devia usar para obter uma boa foto a uma velocidade de 60/125 com que trabalhavam (por defeito) as camaras baratas antigas:)
Boas fotos a todos....e em especial à minha filha!
Acordar
Paisagem de Lava
Voltei à ilha onde nasci ao fim de 36 anos. Esta e outras imagens do passado nunca serão iguais às registadas em criança. Subi este Vulcão da Ilha do Fogo em 1968. Tinha então 13 anos e como qualquer português que andava no liceu, já arranhava línguas, pelo que os meus pais me pediram para acompanhar um casal de franceses recentemente chegados à Ilha a uma subida ao vulcão. Nessa altura não havia nenhum projecto de apoio ao turismo nestas ilhas e nem em território ultramarino (antigas colónias). Horas a subir a pique, suor na testa e na costas, arranhões nas pedras e pequenos arbutros que resistiam a esta paisagem lunar, não iludiram a enorme vontade de vencer barreiras e as pernas atléticas de um jovem de tenra idade e de personalidade irrequieta e assim fez desta trip mais uma pequena vitória na sua vida. A vista lá em cima era deslumbrante. As 10 ilhas não se podiam esconder dos nossos olhos arregalados e sedentos, e o mar no horizonte desenhava uma linha curva devido à altitude. Fui surpreendido nos meus pensamentos pela convocatória dos meus companheiros para uma refeição. Sentado no chão preto de lava, saboreei uma banana, único alimento que os meus convivas tinham. Como estavam com um ar feliz, percebi que no entender deles a refeição era suficiente. Foi a primeira vez que subi um vulcão e que convivi com franceses.
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