harmonia

Algum desequilíbrio visual no horizonte não interfere o suficiente para me inibir de publicar esta foto. Os três elementos parecem ter-se encontrado neste ponto onde a terra e o mar "descaem" e seguram-se ao mesmo tempo e em cima, as nuvens afagam e penteiam a terra que de tão negra era, verde foi ficando.

imagens distantes

Gostaria de estar neste momento nesta praia onde normalmente a faina diária interrompe o nosso pensamento ou a leitura de um livro. As vozes locais emitem sons noutra língua o que nos permite não compreender a conversa, nem nos esforçar por o fazer e deixar assim o nosso imaginário trabalhar...ou não. Gosto da cidade e gosto do que sou e do que faço, mas tenho sempre muitas saudades destes sítios. Por instantes, fecho os olhos e deixo-me ir para estes sítios. É tão bom poder fazê-lo....

entre colinas

Lisboa antiga, de construção irregular, casas encostadas nas encostas das 7 colinas. Lisboa, mãe do fado que saiu ou que chegou nas milhentas marés dos seus dias. Lisboa moderna, bonita e de luz clara, não te esqueças das sombras do teu passado.

crescente ou minguante?

Andava eu perdido numa tarde soalheira quando fui surpeendido por esta lua. A roda velha de um portão tambem ele já muito velho e brincalhão, deixou-me nesta dúvida....qual é esta fase da lua, sendo que nem nova nem cheia é?

janela cega

Janela outrora bonita, pintada e imaculada, com os seus cristais reluzentes sempre a olhar o mar imenso à sua frente, foi pertencendo a ninguém até que esquecida e sozinha, deixou de sorrir, teve pena de si própria e envergonhada na alma, fechou-se para que ninguém visse a tristeza em que vivia.

Terra...











À sombra do sobreiro imponente uma janela indiscreta espreita com paciência o dia e a noite. Indiferente a quem passa ou a quem não está, o momento é registado em cada segundo. O olhar atento de quem já foi árvore observa ao longe outro olho que por não ter sombra que a proteja, brota dela uma refrescante fonte de água tão fresca, na temperatura como no som. Um cantor fez uma ode aos 7 buracos falando de amor. O amor de que falo, fala também de outros amores que o homem cria, que é criar, e este último buraco à espreita é, não o buraco dos olhos e do olhar, mas de uma ancestral mó, que o Homem trouxe à terra para nos deliciar com várias receitas provenientes de sabores que a terra tem. Que os actos de amor nos acompanhem sempre!

Diabo à solta




Não levei a maquina fotográfica pois estava receoso de captar uma imagem "muito pura" do próprio diabo e ela nunca mais me largar. Mas valeu a pena registar com o meu telemóvel alguns momentos em que os verdadeiros anjos se soltaram da cruz e deram um banho de boa música aos fãs e uma data de turistas que foram apanhados e surpreendidos quando passeavam pela lindíssima praça de S. Pedro de Alcântara, lugar privilegiado da nossa Lisboa. Estava uma noite de verão quase perfeita e os "Diabo na Cruz" que venham para ficar, pois música em português com esta qualidade faz justiça à língua de Camões.


À beira mar

Há momentos na vida de grande felicidade e paz.

descanso

idade ou ideias

Ele poderia ser Avô dela e ela a neta. Ele poderá não gostar de Coca-cola e ela ainda não pensa sequer no que ele poderá estar a pensar. Eu não sei nada deles nem do que pensam, mas gostei de os ver juntos.

publicidade enganosa

Olá a todos. Sei que os figurantes desta foto não me autorizaram a fazer o paralelismo que vou fazer. Esta é uma foto antiga, com 3 ou 4 anos, talvez 6, que significa um adeus às férias e à amizade encontrada, mas significa também, estamos aqui juntos hoje e foi um dia muito bom. Ora bem. Como hoje Portugal marcou no Mundial 7 golos, foi a melhor foto que encontrei para exprimir o meu estado de espírito. Viva a selecção. Viva Portugal.....no Futebol.

Mar, tão perto...

Acordava com uma sensação fantástica. Ir para o mar, praia deserta. Só os amantes do mar é que procuravam estes espaços. Sei que pode parecer exclusivismo, mas não é essa a minha intenção, pois o Mundo é de todos. Só estou a dizer que era muito bom e simples encontrar um sítio destes e poder desfrutar do mar, tão perto.

Cartuxa, 1975

Foram momentos de grande excitação para mim. Um Portugal novo e virado para um futuro incerto mas em liberdade, surgia no horizonte de muitos jovens que já podiam sonhar com uma vida sem se tornarem obrigatoriamente soldados. As antigas colónias no ultramar lutavam pela sua independência e Portugal seguia em frente para um futuro mais ligado à Europa e aberto a um mundo novo que até aí estava de costas viradas para nós. Um grupo de amigos ligados à música, fotografia, pintura e outras artes, abertos a novas ideias e experiências, decidem percorrer o país à busca de iguarias, vinhos, queijos, enchidos e trazer para a mesa deste espaço algo que só tínhamos no país profundo. Para que não fosse só um lugar em que os comensais se refastelavam com belas receitas, umas tradicionais e outras provenientes de livros de receitas dos familiares desta malta, um bar mesmo ao lado prolongava as conversas e tertúlias nas noites frias ou quentes, na companhia de uma bela livraria de música gravada e frequentemente pela noite dentro tínhamos o prazer de escutar belas bandas de Jazz, Rock Sinfónico ou Musica Popular Portuguesa. Este espaço foi uma referencia na minha vida e certamente de muitos outros.

noite ou dia, preto e branco, escuro e claro

Há momentos que poderiam ser noite ou dia. O nosso olhar procura o momento certo. A luz de uma estrela ou de um sátelite que percorrem o seu caminho, a bem-vinda nuvem que viaja com o vento.. e, é agora, o efeito está criado, o momento está guardado. Viva o momento, a preto e branco... ou a cores, de dia ou de noite.

balão verde

Quando não temos muita coisa, um balão, um aro de bicicleta, jogos da corda, a carica, tudo serve para preencher o tempo. Não sei se neste momento este menino, agora já um homem, estaria feliz ou não, mas estava a encher o seu balão com sucesso. Esta é uma das belas recordações fotográficas de uma viagem já distante a Macau em 1980.

árvore amiga

Será que esta árvore ficou assim de tanto a subirem, ou ela pôs-se a jeito para ter companhia de passeantes e caminhantes que gostam de trepar árvores? Se foi esta a razão e "estendendo" o raciocínio, é interessante como prolongou a sombra para que os acompanhantes menos ágeis também por lá ficassem, a desfrutar de um belo momento de descanso.

Nuance

Recortes, curvas, serras, casas, tudo em planos suaves até se esbater num azul sem fim. Contemplar a paisagem é sempre reconfortante.

Morna; mais um fim de tarde...

Nun tardinha, na cambar di sol,
Mi t´anda na praia di Nantusket,
Lembra´m Praia di Furna,
Sodadi fronta, m tchorâ.

Mar ê morada di sodadi,
El ta separano pa terra longe,
El ta separano di nôs mai e nôs amigo,
Sem certeza di torná encontra.

Mi sentóde, ta pensâ na vida mi sô,
Sem ninguém di céu djunto di mi,
Ta oiá ques onda ta quebra di mansinho,
Ta traze´mal di sentimento.

Nun tardinha, na cambar di sol,
Mi t´anda na praia di Nantusket,
Lembra´m Praia di Furna,
Sodadi fronta, m tchorâ.

(letra de uma morna caboverdiana)

Para depois das festas de Lisboa

Fundinho de azeite, rodelas de cebola em baixo, colocar o peixinho depois de o limpar e dar uns golpes, cortar em pedaços batata, batata doce, mandioca e colocar à volta. Temperar com sal e pimenta 5 bagas, folha de louro, cortar aos pedaços pequenos, cenoura, mais cebola, alho, tomate e distribuir por cima de tudo, privilegiando o peixe. Regar generosamente qb com azeite. Fazer um molho com um pouco de agua e vinho branco (ou limão, ou caldo de peixe) e colocar no forno quente e deixar 20 minutos. Depois baixar o lume para continuar a assar mais uns belos minutos. Picar a batata ou cenoura para saber quando está no ponto para tirar e servir. Bom apetite:)

olhares profundos

Três meninas palmilhavam uma estrada circundante da serra vizinha do Vulcão, quando o nosso carro parou. Não responderam de imediato ao nosso cumprimento, mas retribuíram com estes belos olhares calmos, profundos, curiosos, mas sem nenhuma intenção especial. Parecia que queriam que eu ficasse por ali a apontar a câmara, a acertar a luz, a verificar o foco, pois assim elas também teriam o mesmo tempo disponível para nos observar. Foi uma troca simpática e um belo momento de comunicação, embora não tenha havido grandes trocas de palavras.

linhas e equilíbrio



Linhas ondulantes, tortas, curvas, calçada, tudo à volta de um espírito de férias, sorrisos, amizade e a vertigem da aventura em descobrir sítios já descobertos que nos esperam para nos fazer sentir vivos e felizes. O coqueiro lá no alto, sabe tudo e anuncia este momento a quatro ventos.

descortinar

Espreitar, ser coscuvilheiro, ver o que estão a esconder de nós, ser curioso, descobrir,... eu gosto desta última hipótese para esta foto. Embora o acto de escutar, espionar, etc..., esteja ligado à vida do ser humano, proponho para este caso o acto de descobrir que é o mais aventureiro de todos. Descobrir, procurar e com sorte encontrar. Lindo!! Mas a realidade ligada a esta foto é um pouco outra. É aquele fascínio que temos, ao andar aí pelo mundo, de contornar toda uma muralha de um castelo e subitamente, ver ao longe um rasgo de luz que entra pela parede grossa da muralha e nos convida a ir ter com ela e aí...tudo muda. Ao aproximarmo-nos e enquadrarmo-nos nesse rasgo de luz, vemos com outros olhos e outro fascínio a paisagem que há pouco tínhamos deixado lá atrás, com a diferença que não tinha o mistério desta.

luz...


Sem luz não haveria sombra e não haveria luz.

Branco e azul


Eu não saio daqui e vou para outro lado qualquer, porque geralmente estamos bem onde estamos. No entanto é-me permitido gostar de outros sítios, o que é muito bom. Este é um dos sítios onde não me importaria de estar se não estivesse enraizado onde estou. Como não estou lá, tenho sempre vontade de voltar.

ao Rob e a todos que o conheciam



Há cerca de 50 anos, quando esta foto foi tirada, eu e o meu irmão Roberto já éramos amigos inseparáveis, sempre juntos em tudo. Percorremos a vida de mãos dadas em todas as situações mais ou menos difíceis. Eu era mais irrequieto e atirava-me a tudo o que mexia e ele observava tranquilo no seu espaço e depois ajudava-me a pousar quando eu já não tinha mais energia. Muitas vezes fiz coisas como esta, ...como ser um "bombeiro" da Mobil, para o impressionar e chamar a sua atenção. Este sorriso era para ele na altura e é-o também hoje que faz 3 anos que ele se foi embora. Um grande abraço, mano.